JOB ROTATION. O QUE É E PARA QUE SERVE

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Job rotation. Se colocar no lugar do outro

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Job rotation. Se colocar no lugar do outro
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Job rotation e uma daquelas expressões “importadas” que traduzem um processo relativamente novo no universo da gestão de pessoas no ambiente corporativo e provavelmente você ainda não ouviu falar, embora um pouco de conhecimento no idioma inglês leve a uma compreensão aproximada do que se trata.

De maneira geral, job rotation é uma estratégia onde as pessoas passam por uma rotatividade de setores e funções em suas tarefas e posições dentro da empresa.

Migrar pessoas entre os setores dá uma oportunidade para que elas entendam as cadeias integradas que se formam nos contextos empresariais e como funcionam estas relações.

Normalmente este tipo de estratégia é aplicado por empresas com um olhar mais profissionalizado em sua gestão, que já conseguiu atingir picos estratégicos relevantes e já atua na melhoria dos detalhes em seus processos gerenciais.

Job rotation possibilita experimentações objetivas da realidade de cada função.

Nos tornamos estáticos quando nos posicionamos numa situação única em toda a nossa trajetória profissional, o que nos torna míopes quanto às realidades múltiplas que compõem um trabalho em equipe.

Do ponto de vista teórico, é inegável a importância de realizar o job rotation, pois somente assim se consegue sentir na pele o que o outro vive para que os objetivos comuns sejam alcançados.

Enxergar, perceber e sentir melhor, leva a melhores resultados.

Job rotation e seus impactos

Os impactos da rotação
Rotatividade

Job rotation é uma estratégia de gestão que consiste em fazer com que os colaboradores de uma empresa passem por diferentes funções e áreas, por um período determinado, com o objetivo de ampliar seus conhecimentos, habilidades e experiências, e estimular sua criatividade e inovação.

Esta técnica traz diversos benefícios tanto para os colaboradores, quanto para a organização…

  • Preparar talentos para promoções, ao desenvolver uma visão mais ampla e estratégica do negócio;
  • Promover a integração e a colaboração entre as equipes, ao facilitar o entendimento e o respeito pelas atividades de cada setor;
  • Aumentar a motivação e a produtividade dos colaboradores, ao oferecer novos desafios e oportunidades de aprendizado;
  • Identificar e aproveitar melhor as potencialidades e os interesses de cada profissional, ao permitir que eles experimentem diferentes funções e áreas, podendo despertar talentos e novas possibilidades;
  • Melhorar a qualidade dos serviços e produtos, ao incentivar a inovação e a melhoria contínua dos processos.

O termo “job rotation” teve origem ainda no século XX, quando as empresas perceberam que o modelo de produção criado por Ford, baseado na especialização e na repetição das tarefas, não impactava diretamente nos resultados e no lucro das empresas.

O velho modo de gestão, que consistia em fazer com que os trabalhadores produzissem muito e em um curto período de tempo, foi finalmente abandonado, dando lugar a novas formas de organização do trabalho, mais flexíveis e dinâmicas.

Uma das primeiras empresas a adotar o job rotation foi a Toyo Kogyo, uma fabricante japonesa de automóveis, que hoje é conhecida como Mazda.

A Toyo Kogyo pratica o rodízio de tarefas há mais de 20 anos, como resultado direto do embargo de petróleo da década de 1960.

Toyo procurou o rodízio de tarefas para preencher as lacunas devido aos cortes necessários durante uma desaceleração da economia.

A empresa também percebeu que o job rotation poderia aumentar a satisfação e a lealdade dos funcionários, além de melhorar a qualidade dos produtos.

Hoje, o job rotation é utilizado por diversas empresas de diferentes setores e tamanhos, principalmente em programas de trainee, onde os jovens profissionais podem passar pelas mais diversas áreas de uma empresa, desde marketing, financeiro, logística e até mesmo dando suporte para as lideranças e desta forma, é possível identificar lugares onde o profissional tem mais destaque, facilidade ou afinidade.

A tecnologia e o job rotation…

A tecnologia facilita a aplicação do job rotation de várias formas, pois encurta caminhos e expande conexões e os impactos são muito positivos, possibilitando diversas vantagens como…

  • Permitir que os colaboradores acessem conteúdos e plataformas de aprendizagem online, que podem complementar o conhecimento adquirido nas diferentes funções;
  • Oferecer ferramentas de comunicação e colaboração, que podem facilitar o contato entre os colaboradores e os gestores das áreas envolvidas no job rotation, e também entre os próprios participantes do programa;
  • Disponibilizar sistemas e softwares que podem auxiliar na gestão e no acompanhamento do job rotation, como o planejamento das etapas, os objetivos, os critérios e os indicadores de avaliação, além de fornecer feedbacks e relatórios sobre o desempenho dos colaboradores;
  • Proporcionar flexibilidade e mobilidade para os colaboradores, que podem realizar algumas atividades do job rotation de forma remota, usando dispositivos como notebooks, tablets e smartphones.

A tecnologia pode tornar o job rotation mais eficiente, dinâmico e atrativo para os colaboradores, além de reduzir custos e tempo para a empresa.

Riscos e desvantagens em sua aplicação

Os riscos
O que merece atenção

Nem tudo são rosas, pois para implementar políticas de job rotation a empresa precisa ter um mínimo de preparação e isto é delicado, já que o mínimo que referimos aqui é bem representativo…

A estruturação da gestão precisa ser bem elaborada e dimensionada, com uma cultura que compreenda modelos de gestão, padronização e experiência corporativa de trabalho avançado com as pessoas.

Para aplicar o job rotation de forma eficaz, a empresa precisa ter em sua cultura alguns elementos essenciais…

1 – Planejamento…

A empresa deve definir claramente os objetivos, as regras, os prazos, os critérios e os indicadores do job rotation, bem como comunicar e alinhar as expectativas com os colaboradores envolvidos.

É importante que o job rotation seja planejado de acordo com o perfil, o potencial e os interesses de cada funcionário, e que haja um acompanhamento e um feedback contínuo do seu desempenho e aprendizado.

2 – Flexibilidade…

A empresa deve estar preparada para lidar com as mudanças e os desafios que o job rotation pode gerar, como a adaptação dos colaboradores às novas funções, a resistência de alguns gestores ou equipes, a necessidade de treinamento e orientação, a possível queda de produtividade no curto prazo, entre outros.

É preciso ter flexibilidade para ajustar o job rotation conforme as necessidades e as oportunidades que surgirem, e para apoiar os colaboradores nesse processo de transição e desenvolvimento.

3 – Colaboração…

A empresa deve estimular uma cultura de colaboração entre as áreas e os funcionários, de forma que o job rotation seja visto como uma oportunidade de compartilhar conhecimentos, experiências, ideias e soluções.

É essencial que haja um clima de confiança, respeito e cooperação entre os colaboradores, e que eles sejam incentivados a trabalhar em equipe, a aprender uns com os outros e a contribuir para o crescimento da organização.

Se a empresa não tiver estes elementos em sua cultura, o job rotation pode trazer mais riscos e desvantagens do que vantagens, como…

  • Desmotivação: se o job rotation não for bem planejado e comunicado, os colaboradores podem se sentir desmotivados, inseguros, confusos ou frustrados com a mudança de função e eles podem não entender o propósito, os benefícios ou os critérios do job rotation, ou podem não se identificar com as novas áreas ou atividades que lhes foram atribuídas;
  • Desperdício: se o job rotation não for flexível e adaptável, a empresa pode desperdiçar tempo, dinheiro e recursos com uma técnica que não traz os resultados esperados, e a empresa pode investir em treinamentos, equipamentos, sistemas ou processos que não sejam adequados ou necessários para os colaboradores ou para as áreas envolvidas no job rotation;
  • Conflito: se o job rotation não for baseado em uma cultura de colaboração, a empresa pode gerar conflitos entre os colaboradores, as equipes ou os gestores, já que pode haver resistência, ciúme, competição, desconfiança ou desentendimento entre os colaboradores que trocam ou recebem novas funções, o que pode prejudicar o clima organizacional, a comunicação, a integração e a sinergia entre as áreas.

Job rotation é uma ferramenta poderosa de gestão, mas é preciso cuidado

Job rotation. Ferramento de evolução
Acelerando para o futuro

Job rotation eleva as pessoas da empresa a um novo patamar, carregando em si o potencial de despertar habilidades, promover autoconfiança, integração e harmonia, além de proporcionar uma visão mais ampla da realidade global do negócio aos seus personagens e protagonistas.

Ocorre que a implementação desta técnica requer cuidado, estudo constante, acompanhamento e controle, pois qualquer passo em falso trará resultados muito desagradáveis para as pessoas e para a empresa em geral.

Uma empresa que pretenda implementar uma política de job rotation deve planejar, analisar suas condições estruturais e suas relações humanas.

É preciso alinhar as mentalidades de todos os envolvidos, o grau de comprometimento das pessoas e suas características humanas.

É possível e recomendado planejar a aplicação por grupos, selecionando as pessoas previsivelmente melhores capacitadas a enfrentar o desafio, ampliando aos poucos o espectro de participantes, de acordo com o avanço dos aprendizados colhidos.

Gradualmente, a aplicação tende a ser melhor sucedida e os participantes do processo tendem a desenvolver a si mesmos, além de servir de exemplo para os demais, que também gradualmente vão se adequando à ideia e depois ao processo, se tornando capacitados a participar.

A empresa também aprende e entende melhor as dificuldades, os gargalos e os ajustes que são necessários para que o projeto seja um sucesso.

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