Vale a pena ser PJ é uma dúvida que assola cada vez mais pessoas e isto tem uma explicação bem objetiva: é que as pessoas já questionam, como nunca, se vale a pena ser CLT e esta é a origem do dilema.
Por mais óbvio que possa parecer, esta é uma consequência natural da evolução do ambiente profissional.
O antigo e retrógrado está se deparando com o novo e ágil e isto é muito mais forte do que discursos relacionados a direitos e prerrogativas que vão ficando cada vez menos interessantes, na medida em que o progresso avança e as leis passam a ser âncoras de desenvolvimento.
Você pode pensar que PJ é uma maravilha e não é exatamente assim.
Estamos num país que gasta muito mais do que arrecada, e gasta mal, principalmente no abastecimento dos potes largos do poder, cada vez mais caro para a população e tudo é fonte de arrecadação para o velho, gordo, lerdo e faminto leão.
Ocorre que PJ está mais conectado com o empreendedor e isto dá mais liberdade operacional e funcional a quem precisa se mover no meio do pântano asqueroso da política brasileira.
Vamos analisar juntos as realidades envolvidas e entender porque vale a pena ser PJ.
Vale a pena ser PJ é algo que responderíamos prontamente se não tivéssemos tempo e espaço para explicar nossa consideração, mas temos este espaço e arrumamos um tempo para colocar isto ao seu alcance, numa análise direta e objetiva.
Primeiro é preciso esclarecer que este é um artigo tendencioso, porque na condição de liberais, defensores dos direitos de cidadania, da meritocracia, da civilidade e do bom-senso, entendemos que precisamos defender os “motores-de-popa”, que nos levam para a frente, ao invés de ficarmos vangloriando “âncoras”, que prendem, pesam e arrastam nosso desenvolvimento.
Nossa tendência explícita está conectada com a lógica, sem partidarismos, ideologias e, muito menos, radicalismos, nada de extremos.
Não é preciso destruir o antagônico, apenas usar a inteligência para mostrar quais os melhores caminhos lógicos e inteligentes, desinteressados e estadistas para resolver as coisas.
Por isto nossa tendência é de afirmar que SIM quando alguém pergunta se vale à pena ser PJ, pois PJ é uma empresa, está ligada ao empreendimento, à libertação, à livre iniciativa, ao desprendimento, ao “motor-de-popa” e embora também possua algumas âncoras importantes impostas por este cenário canibal, ainda anda na direção correta, apontada para o futuro e para o mérito do aprimoramento e evolução.
As transformações no cenário…
Hoje são muito mais evidentes as transformações envolvendo o universo corporativo, as relações de trabalho e o empreendedorismo.
“A dor ensina a gemer” é uma afirmação muito consistente e verdadeira, pois é lógica.
No caso em específico, somos movidos por referências e começamos a nos perguntar porque nossa trajetória não é tão bem-sucedida quanto a trajetória do nosso vizinho, quando começamos a avaliar diferenças.
Passamos a traçar comparativos e observamos o que ele faz de diferente que o leva a resultados diferentes.
Isto se dá também em grande escala.
Alguns países são muito melhores sucedidos do que outros e porque isto acontece?
O olhar se debruça sobre uma série de características e passamos a entender diferenças cruciais, que nascem a partir da cultura e não apenas como receitas mágicas ou procedimentos que as pessoas simplesmente adotam ou não.
Ser PJ é ser empreendedor e este é o ponto a ser considerado e o que realmente pode fazer diferença.
O conceito latino-americano é muito mais associado ao conforto do paternalismo, por isto não temos governantes, temos “coronéis”, adotamos políticos de estimação, independente das vertentes políticas, pois precisamos desesperadamente de “pais e mães”, num sentido freudiano de que alguém precisa cuidar de nós, nos dar o que comer, beber e nos fazer alegres.
Buscamos isto nos outros e não em nós mesmos e isto é perfeitamente visível do ponto-de-vista sociológico.
Este mesmo impulso torna muito mais atraentes as relações onde alguém é responsável por meu bem-estar, meus direitos à saúde, férias, descansos remunerados, sequências programadas de aumentos salariais, 13º, 14º 15º e, se possível, 20º salário.
Direitos extras na contratação, na demissão e nas férias.
Quinquênios, decênios, recessos remunerados, tudo isto como pura invenção latina.
É estranho quando, em meio a tantos “dereitos” algum desavisado, claramente “fascista”, ou “comunista”, ou qualquer um destes “istas” se atreve a perguntar “de onde vêm os recursos para tudo isto?”…
Pronto! Será crucificado!
Não se trata de pretender que trabalhadores não possuam direitos mínimos assegurados, mas quando isto é contrapartida de resultados e méritos.
O que se observa no cenário é uma legião de pessoas treinadas, desde o nascimento, para se aposentar, antes mesmo de começar a trabalhar.
Um exemplo em contrário é, nada mais e nada menos, que a maior potência mundial, os Estados Unidos da América.
Naquela realidade você não consegue explicar para um americano o que é 13º salário, previdência social, FGTS, quinquênios, decênios e outros “ênios”…
Nos estados Unidos tudo é livre e depende exclusivamente do cidadão.
A melhor estrutura de saúde do mundo está disponível para todos igualmente, desde que você tenha seu seguro de saúde devidamente pago por você mesmo, diretamente, não pelo governo, que aqui no Brasil desconta de funcionários e empregadores e joga tudo numa vala comum com interesses terceiros e, como tudo, sempre falta.
Nos Estados Unidos, se você quiser se aposentar, não precisa esperar os 65 anos, pode se aposentar com 20, desde que tenha juntado o suficiente para isto, é simples, é livre.
Você escolhe o plano de aposentadoria, você escolhe o pecúlio, paga e tudo funciona.
Naquela cultura e em qualquer outra cultura de países desenvolvidos, você praticamente não ouve expressões como “massa trabalhadora”, pois pessoas não são vistas como meros recursos de produção.
Nas culturas mais desenvolvidas o espírito é empreendedor, desde que você nasce.
Enquanto o sonho dos latinos é comprar a casa própria, o sonho dos americanos é hipotecar a casa que possui para fazer capital e poder investir em seu empreendimento.
Nós nascemos e fomos preparados para sermos filhos eternamente e jamais ser pais de nosso próprio destino.
A imagem de PJ está associada ao universo empreendedor.
Quando você opta por abrir uma empresa você se lança num projeto independente, onde você é o herói e o vilão, ao mesmo tempo, mas é o único e maior responsável por seu sucesso.
Vale a pena ser PJ está mais relacionado à decisão de encontrar o conforto do emprego CLT e seus “dereitos” ou buscar a realização de seus sonhos a partir de sua própria iniciativa e liberdade.
Se o seu espírito é de empreender, então parabéns, você é uma minoria dentro da realidade latina, um herói, um movimentador de interesses que se submete a carregar a economia nas próprias costas.
Se você é mais sossegado e preocupado com direitos que deveres, então a CLT é um achado, na forma de uma âncora que Getúlio Vargas prendeu ao tornozelo de uma nação, submetendo seu povo à eterna condição involutiva de “massa de trabalho”.
Outro caminho muito atraente e de grande sucesso em culturas como a nossa é um sonho de realização de uma verdadeira legião: ser funcionário público.
Este é o paraíso.
Em muitos casos, você não precisa nem ir se não quiser, ou se tiver um compromisso mais importante que o trabalho, como uma partida de tênis, por exemplo.
Ali os direitos se empilham e dependendo das classes, você terá desde verdadeiros clubes spa nos principais paraísos do País, como vantagens e penduricalhos que vão te posicionar numa elite privilegiada em que poucos têm acesso.
Ocorre que nosso papo aqui pretende desvendar se vale a lena ser PJ e resolvemos tecer 6 comparativos básicos para ajudar nesta análise…
1 – As regras básicas do jogo…
Pela CLT o seu registro na carteira de trabalho estabelece um vínculo de relacionamento profissional onde você é empregado e deve seguir ordens e determinações de seu empregador, enquanto como PJ você está numa relação profissional como prestador de serviços, num formato atualmente conhecido como B2B de negócios, ou Business To Business…
A relação de PJ, como prestador de serviços é marcada pelo fato de que não existe vínculo empregatício, o que é caracterizado por subordinação, pessoalidade, habitualidade e onerosidade.
Enquanto a CLT assegura os “dereitos” ao empregado também dá ao empregador uma série de formas de controla-lo, enquanto a relação com o PJ é determinada exclusivamente pelas cláusulas dos contratos estabelecidos entre as partes.
2 – Estabilidade e autogerenciamento…
O próprio nome já define o caso, pois Consolidação das Leis do Trabalho, CLT, determina a série de prerrogativas cabíveis a empregado e empregador em sua relação profissional, regidos pelo sistema legal pertinente.
No caso do PJ não existe este fluxo de direitos reservado ao empregado pela CLT, mas em compensação, também não incidem impostos e taxas sobre a sua remuneração, que chegam a levar em torno de 25% da remuneração total do funcionário.
Este simples fato já permite ao PJ utilizar seu próprio dinheiro para planejar e executar projetos de previdência, aposentadoria e poupança.
3 – E essa tal liberdade…
Nos sistemas de trabalho apoiados em CLT os horários costumam ser rígidos, tanto na execução quanto nos intervalos, folgas, férias e feriados.
No caso de PJ tudo é muito mais flexível e a escolha permite trabalhar, normalmente, como e quando quiser, desde que cumpridas as metas e objetivos profissionais aos quais se propõe.
4 – Ampliação de oportunidades…
Numa relação profissional regulada pela CLT, embora existam algumas exceções, a maioria é obrigado a trabalhar em uma única alternativa, enquanto um PJ pode prestar seus serviços a vários clientes simultaneamente, sem nenhum problema de ordem legal para isto.
Num universo profissional em expansão e com a utilização de ferramentas mais avançadas de relacionamento e comunicação, como o marketing digital, por exemplo, um PJ pode ampliar seu espectro de atuação, oferecendo seus serviços em amplitudes muito maiores, crescendo e se desenvolvendo sempre, como é o espírito e o princípio básico do empreendedor.
5 – Diretos e responsabilidades…
Como CLT seus descontos acontecem diretamente em sua folha de pagamento e um pedaço de seu trabalho é recolhido para alimentar o que é justo e também o que não presta na realidade brasileira.
Na PJ você é responsável pelo pagamento de suas obrigações, dependendo de seu porte e categoria empresarial, vai precisar de um contador para controlar suas contas e obrigações, para não ser surpreendido por atrasos, multas e até ações do fisco que podem inviabilizar sua empresa.
6 – Cada um com seus impostos…
Um trabalhador no regime CLT custa, em média para o empregador, quase o dobro do que está registrado como sua remuneração básica, ou seja, é caro pra caramba.
Um PJ também tem seu rol de tributos e tudo está relacionado com seu porte e atividade, mas a média tributária brasileira é de 38% sobre a massa de faturamento para grandes empresas.
MEI, Micro e Pequenas empresas são beneficiadas por sistemas tributários menos corrosivos, normalmente associados ao SIMPLES ele unifica alguns impostos básicos, criando um pouco menos de empecilhos para o empreendedor, mas em termos de custos, os valores envolvidos numa PJ são significativamente inferiores aos custos da relação CLT, independente de quem pague por isto.
Vale a penas ser PJ porque vale a pena empreender, ser dono de seu futuro, ter que arrastar menos esta âncora chamada máquina pública, que vive e se alimenta dos recursos e energia dos pobres brasileiros.
Obviamente não fazemos nenhuma apologia à desobediência civil, ao não cumprimento de leis e regras ou à sonegação de impostos, não é esta a intenção aqui.
É que historicamente olhamos para a frente e estamos cientes da realidade que nos cerca, que ataca violentamente a vida do empreendedor brasileiro, dos nossos clientes.
Cuidamos das contas deles e vemos os esforços que cada empresário faz para continuar levando seu empreendimento adiante, gerando economia forte a um país que se deita feito leitão debruçado nas tetas do produtor, sugando o que de mais nobre ele possui, originado do seu suor e de sua força de trabalho.
Uma coisa é você ter que gastar quase a metade do que ganha pagando impostos na Suécia, por exemplo, onde tem saúde, educação, segurança, cultura, evolução, tudo do bom e do melhor, sem precisar pagar mais nada por isto…
Outra coisa é a empresa ter que pagar pela previdência social aqui no Brasil, um pesado quinhão, recolher outra parte do trabalhador, sumariamente, entregar tudo ao governo e quando o funcionário precisa de atendimento, rezar para conseguir uma ficha depois de percorrer uma interminável fila de desesperados, desde a madrugada, não ter o médico, não ter os exames em tempo hábil, não ter solução.
Não ter segurança, não ter educação digna, não ter infraestrutura, mesmo com uma das maiores arrecadações tributárias do Planeta.
Nosso artigo procura ser técnico e traz fatos verdadeiros, comprovados e embasados na técnica, mas também precisamos formar opinião (já que as escolas não formam) e se temos que defender algum dos lados desta enferrujada moeda, sempre será o lado do empreendedor, herói valente de todos nós, que carrega tudo e todos, incluindo corruptos e incompetentes, de arrasto, em meio à sua jornada corajosa.