FELICIDADE NO TRABALHO. FELICIDADE NA VIDA

Felicidade no trabalho é algo que costumamos separar daquilo que entendemos como felicidade na vida, pois chegamos ao ponto de criar o tal de “Happy hour”, que nada mais é, que uma espécie de celebração à felicidade, que neste caso, está fora do trabalho.

É como aceitar que não pode existir felicidade no trabalho, a ponto de criarmos um momento feliz, tão logo o trabalho acabe.

Calma, não é uma sentença de condenação daquilo que a sociedade já convencionou ser um fardo, o trabalho.

Provavelmente, a maior parte deste conceito não está exatamente nos problemas relacionados ao trabalho, mas também por superestimarmos a felicidade como algo associado a não precisar fazer nada, ao ócio.

A verdade é que o trabalho é parte da vida e não um setor separado, já que é preciso estar vivo para trabalhar, então, deduzimos que felicidade no trabalho tem a ver com felicidade na vida.

Quando começamos a aceitar que trabalho está contido na vida, a perspectiva muda e o caminho fica mais fácil.

Pode parecer um tanto absurdo falarmos em separação entre trabalho e vida, mas é incomum, contraintuitivo, aceitar que o esforço seja elemento construtor de felicidade e é sobre isto que vamos falar neste conteúdo.

Felicidade no trabalho. Reconhecer a própria felicidade

Felicidade no trabalho, como toda a felicidade humana, é uma construção e depende, por si só, de esforço, de busca, de construção, de perspectiva, já que existe muita gente que está sentada sobre a felicidade, mas está impossibilitada de reconhecer.

quem não quer se sentir bem e realizado no lugar onde passa boa parte do seu dia? Mas, como alcançar esse estado de graça? Quais os desafios que enfrentamos e o que podemos fazer para construir uma carreira que nos traga felicidade?

Antes de mais nada, vamos entender que felicidade no trabalho não é um estado mágico que acontece da noite para o dia.

É um processo contínuo, que exige autoconhecimento, esforço e dedicação.

Não existe uma fórmula mágica, mas existem caminhos que podemos trilhar para nos aproximarmos dessa meta.

O primeiro passo é entender o que te faz feliz.

Quais são seus valores, seus interesses, suas paixões?

O que te motiva a levantar da cama todos os dias?

Faça uma lista de tudo aquilo que te traz alegria e satisfação, tanto dentro quanto fora do trabalho.

Em seguida, avalie sua situação atual.

Seu trabalho está alinhado com seus valores e interesses?

Você se sente valorizado e reconhecido?

Tem oportunidades de crescimento e desenvolvimento?

Seu ambiente de trabalho é saudável e colaborativo?

Se a resposta para alguma dessas perguntas for não, é hora de começar a pensar em mudanças.

Não estou dizendo que você precisa largar tudo e começar do zero.

Muitas vezes, pequenas mudanças podem fazer uma grande diferença.

Converse com seu chefe, busque novas responsabilidades, participe de projetos que te interessam, procure cursos e treinamentos para se desenvolver.

Outra dica importante é cultivar relacionamentos positivos no trabalho.

Ter colegas de trabalho que te apoiam, te inspiram e te fazem rir é fundamental para o bem-estar no trabalho.

Invista em construir laços de amizade e colaboração com seus colegas, participe de eventos da empresa e crie um ambiente de trabalho mais leve e divertido.

Não se esqueça de cuidar da sua saúde física e mental.

Uma alimentação saudável, a prática regular de exercícios físicos, um sono de qualidade e momentos de lazer são essenciais para manter o equilíbrio e a energia necessários para enfrentar os desafios do dia a dia.

E, por último, mas não menos importante, seja grato pelo que você tem.

Reconheça suas conquistas, valorize seus talentos e aprenda com seus erros.

A gratidão é um poderoso antídoto contra o estresse e a insatisfação, e pode te ajudar a enxergar o lado positivo das coisas, mesmo nos momentos mais difíceis.

Construir a felicidade no trabalho é um desafio, mas é um desafio que vale a pena ser enfrentado, afinal, o trabalho ocupa uma parte significativa da nossa vida, e não podemos nos contentar em viver em um ambiente que nos deixa infelizes e insatisfeitos.

A felicidade no trabalho é um direito seu, e você merece lutar por ela.

Invista em você, em seus sonhos e em sua carreira.

Busque o que te faz feliz e não tenha medo de fazer mudanças, a vida é muito curta para ser infeliz no trabalho.

Pioneirismo e Bases:

No início do século XX, Frederick Winslow Taylor, pai da administração científica, já se preocupava com a satisfação dos trabalhadores, buscando otimizar processos e aumentar a produtividade.

Foi a partir da década de 1930, com os estudos de Elton Mayo na fábrica da Western Electric em Hawthorne, que a importância dos fatores humanos no trabalho ganhou destaque.

A pesquisa de Hawthorne revelou que fatores sociais e psicológicos, como o reconhecimento, o senso de pertencimento e as relações interpessoais, influenciam significativamente a motivação e a satisfação dos colaboradores.

Esta descoberta revolucionou a forma como as empresas passaram a enxergar seus colaboradores, abrindo caminho para o desenvolvimento de teorias e modelos sobre a felicidade no trabalho.

Teorias e Modelos:

• Teoria das Necessidades de Maslow: Propõe que as pessoas têm necessidades hierarquizadas, desde as básicas (fisiológicas e de segurança) até as mais elevadas (sociais, de estima e de autorrealização), e no contexto do trabalho, essa teoria sugere que a satisfação depende do atendimento dessas necessidades, desde um salário justo e condições de trabalho seguras até oportunidades de crescimento e reconhecimento;
• Teoria dos Dois Fatores de Herzberg: Divide os fatores que influenciam a satisfação no trabalho em dois grupos: os fatores higiênicos (condições de trabalho, salário, segurança) e os fatores motivacionais (reconhecimento, realização, crescimento) e segundo Herzberg, os fatores higiênicos são importantes para evitar a insatisfação, mas não garantem a felicidade, pois verdadeira satisfação vem dos fatores motivacionais, que estimulam o engajamento e o entusiasmo;
• Modelo PERMA de Martin Seligman: Propõe cinco pilares para o bem-estar: Emoções Positivas (P), Engajamento (E), Relacionamentos Positivos (R), Significado (M) e Realização (A) e no contexto do trabalho, o modelo PERMA sugere que a felicidade depende de cultivar emoções positivas, encontrar atividades que nos engajem, construir relacionamentos saudáveis, encontrar significado no que fazemos e buscar a realização de nossos objetivos.

Tendências Modernas:

Nos últimos anos, novas abordagens e tendências têm surgido no campo da felicidade no trabalho, tudo em busca de ajustar a velocidade do desenvolvimento humano e comportamental aos movimentos proporcionados pelo avanço tecnológico…

• Foco no Propósito: Cada vez mais empresas reconhecem a importância de ter um propósito claro e inspirador, que vá além do lucro e gere impacto positivo na sociedade e que isto é base para a felicidade no trabalho, pois pessoas que se identificam com o propósito da empresa tendem a ser mais engajadas e satisfeitas;
• Flexibilidade e Autonomia: A pandemia acelerou a adoção de modelos de trabalho flexíveis, como o home office e o trabalho híbrido, e esta flexibilidade, aliada à autonomia para tomar decisões e gerenciar o próprio tempo, tem se mostrado um fator importante para a felicidade no trabalho;
• Cultura Organizacional Positiva: Empresas que investem em uma cultura de confiança, colaboração, reconhecimento e desenvolvimento pessoal tendem a ter pessoas mais felizes e produtivas;
• Liderança Compassiva: Líderes que se preocupam com o bem-estar de seus colaboradores, que os ouvem, os apoiam e os inspiram, são fundamentais para criar um ambiente de trabalho positivo e motivador, o que é determinante para a felicidade no trabalho;
• Bem-estar Holístico: As empresas estão cada vez mais investindo em programas de bem-estar que vão além da saúde física, abrangendo também a saúde mental, emocional e social das pessoas, já que compreendem que a felicidade no trabalho deriva do conjunto completo de felicidade integral do indivíduo.

A felicidade no trabalho é um tema em constante evolução, e novas pesquisas e descobertas estão sempre surgindo.

Acompanhando as tendências e aplicando os conhecimentos mais recentes, as empresas podem criar ambientes de trabalho mais felizes, saudáveis e produtivos, onde as pessoas se sintam valorizadas, motivadas e realizadas.

Felicidade no trabalho. Indispensável fator competitivo

Felicidade no trabalho é uma espécie de ingrediente indispensável na construção de ambientes saudáveis e vencedores, mas isto é uma construção, a várias mãos e inicia a partir da cultura da empresa e sua capacidade de gerar satisfação na experiência cotidiana das pessoas em atividade.

Felicidade no trabalho é uma questão de equilíbrio, já que o trabalho, de fato, não é um parque de diversões e seu propósito fundamental não é uma experiência festiva e exige, por parte das pessoas, esta compreensão.

Por outro lado, as empresas precisam reconstruir a visão que se estabeleceu de que trabalho é ruim, de que trabalho é sofrimento, de que trabalho é tortura e isto está incrustrado na mente da maioria, que vive e sofre adversidades e pressões que iniciam no topo e se espalham por toda a malha corporativa, cobrando um preço elevado de todos os participantes do cenário.

Felicidade no trabalho é, antes de tudo, necessário, em segundo luar, é possível e cada vez mais, na direção do futuro, felicidade no trabalho passa a ser um diferencial competitivo de extremo valor, já que manter os melhores talentos, não apenas ativos, mas na plenitude de seu desempenho, refletirá na excelência das entregas e experiência que as empresas oferecerão aos seus clientes, o que determinará não apenas o seu presente, mas o seu futuro.