Inimigo a ser vencido
Estresse é, infelizmente, uma presença constante na vida profissional de muitos.
Seja pela pressão dos prazos, pelas responsabilidades acumuladas ou pelo ambiente competitivo, o estresse pode se tornar um grande obstáculo para o sucesso e o bem-estar.
Este artigo aborda o tema do estresse no ambiente de trabalho, buscando identificar suas principais causas, consequências e, principalmente, apresentar ferramentas e estratégias eficazes para lidar com ele.
É fundamental que o profissional aprenda a reconhecer os sinais do estresse, a desenvolver mecanismos de enfrentamento e a buscar um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional.
O sucesso na carreira não precisa (e nem deve) custar a saúde física e mental.
Aqui pretendemos apresentar dicas práticas e ferramentas valiosas para que você possa identificar, controlar e reduzir o estresse em seu dia a dia profissional.
Com isso, você estará mais preparado para enfrentar os desafios da carreira, alcançar seus objetivos e, acima de tudo, preservar sua saúde e bem-estar, pavimentando um caminho mais sólido, seguro e feliz para a sua história profissional e pessoal, já que elas não se dissociam, somos únicos e íntegros e somos os maiores responsáveis pelos nossos cuidados.
Você precisa se proteger e evoluir.
“Estresse”, como expressão, foi popularizado pelo endocrinologista austríaco-canadense Hans Selye na década de 1930, onde Selye definiu o estresse como a “síndrome geral de adaptação” (SGA), uma resposta fisiológica não específica do corpo a qualquer demanda, seja ela causada por uma ameaça real ou percebida.
A Síndrome Geral de Adaptação (SGA):
Selye observou que quando o organismo é submetido a um estressor (qualquer estímulo que cause estresse), ele passa por uma sequência específica de alterações fisiológicas, independentemente da natureza do estressor.
Essa sequência, a SGA, é composta por três estágios:
Aprofundando a Contribuição de Selye:
Selye não apenas descreveu os estágios da SGA, mas também enfatizou que o estresse não é necessariamente negativo.
Ele diferenciou entre:
Selye argumentava que o objetivo não é eliminar o estresse, mas sim aprender a gerenciá-lo de forma eficaz, buscando o eustresse e evitando o distresse.
A pesquisa de Selye teve um impacto profundo em diversas áreas, incluindo medicina, psicologia e fisiologia.
Seus estudos sobre o estresse abriram caminho para novas abordagens no tratamento e prevenção de doenças relacionadas ao estresse, além de fornecerem insights valiosos sobre a relação entre mente e corpo.
Aspectos Científicos e Contribuições de Outros Estudiosos:
A pesquisa de Selye lançou as bases para a compreensão científica do estresse, mas outros estudiosos também contribuíram significativamente para o tema…
Bruce McEwen: Neurocientista americano que cunhou o termo “carga alostática” para descrever o custo fisiológico do estresse crônico, momento em que McEwen enfatizou como o estresse repetido pode levar a alterações adaptativas no corpo, que, a longo prazo, podem se tornar prejudiciais.
Walter Cannon: Fisiologista americano que cunhou o termo “reação de luta ou fuga” para descrever a resposta do sistema nervoso simpático a situações de emergência, onde Cannon enfatizou a importância da homeostase, o equilíbrio interno do corpo, e como o estresse pode perturbar esse equilíbrio;
Richard Lazarus: Psicólogo americano que desenvolveu a teoria da avaliação cognitiva do estresse, através da qual Lazarus argumentou que a forma como as pessoas avaliam e interpretam os eventos estressantes influencia significativamente sua resposta ao estressee neste processo ele identificou dois tipos de avaliação: primária (avaliação da ameaça) e secundária (avaliação dos recursos de enfrentamento);
Robert Sapolsky: Neuroendocrinologista americano que estuda o impacto do estresse no cérebro e no corpo e ali Sapolsky demonstrou como o estresse crônico pode danificar o hipocampo, uma região do cérebro envolvida na memória e no aprendizado, e aumentar o risco de doenças cardiovasculares, diabetes e depressão;
Chegou o momento de falarmos sobre um tema mais específico, que toca a vida de muitos de nós, que nos desafia diariamente e que, muitas vezes, parece nos consumir por dentro: o estresse no universo corporativo.
O ambiente de trabalho, com toda a sua dinâmica de metas, prazos e relacionamentos, pode se tornar um verdadeiro campo minado para o nosso equilíbrio emocional.
A pressão por resultados, a busca incessante por reconhecimento e a competitividade acirrada são apenas alguns dos ingredientes que podem transformar o dia a dia profissional em uma fonte constante de estresse.
Mas, afinal, quais são os maiores desafios que enfrentamos nessa jornada?
Quais são os vilões que nos espreitam nos corredores da empresa, prontos para nos desestabilizar?
1. A Sobrecarga de Trabalho:
Ah, a famosa “multitarefa”!
No mundo corporativo, parece que quanto mais fazemos, mais nos é exigido. A sensação de que o tempo nunca é suficiente, de que as tarefas se acumulam e de que estamos sempre correndo contra o relógio é um dos maiores gatilhos para o estresse.
É como se fôssemos equilibristas em um circo, tentando manter vários pratos girando ao mesmo tempo, com a plateia nos observando e esperando que não deixemos nenhum cair. E, cá entre nós, essa pressão é exaustiva!
2. A Falta de Controle:
Sabe aquela sensação de que você é apenas uma peça em uma engrenagem gigante, sem poder de decisão sobre o seu próprio trabalho?
Pois é, a falta de autonomia e de controle sobre as tarefas e os processos pode gerar uma angústia profunda.
É como se estivéssemos em um barco à deriva, sem leme, sem vela, sem saber para onde o vento nos levará.
Essa impotência pode nos fazer sentir cada vez mais ansiosos e estressados.
3. Os Relacionamentos Interpessoais:
O ambiente de trabalho é um caldeirão de personalidades, opiniões e expectativas.
Lidar com colegas difíceis, com chefes autoritários ou com clientes exigentes pode ser um grande desafio.
As fofocas, as intrigas e os conflitos são como pequenas faíscas que podem incendiar o nosso bem-estar emocional.
A sensação de que estamos pisando em ovos, de que precisamos ter cuidado com cada palavra e cada atitude, pode nos deixar à beira de um ataque de nervos.
4. A Insegurança no Emprego:
Em tempos de instabilidade econômica e de constantes mudanças nas empresas, a insegurança no emprego se tornou um fantasma que assombra muitos profissionais.
O medo de ser demitido, de perder a fonte de renda e de ter que recomeçar a carreira é um dos maiores causadores de estresse.
É como se estivéssemos em uma corda bamba, a qualquer momento prestes a cair no abismo do desemprego.
Essa incerteza nos deixa em constante estado de alerta, consumindo nossa energia e nossa paz.
5. A Desvalorização Profissional:
Trabalhar em um lugar onde o seu esforço não é reconhecido, onde as suas ideias não são ouvidas e onde você se sente apenas mais um número pode ser extremamente frustrante.
A sensação de que você está dando o seu melhor, mas que ninguém se importa, pode minar a sua autoestima e te deixar cada vez mais desmotivado e estressado.
É como se você fosse um artista se apresentando em um palco vazio, sem aplausos, sem reconhecimento, sem a energia da plateia.
Essa falta de valorização pode te fazer sentir cada vez mais insignificante e triste.
Eu poderia continuar listando inúmeras outras fontes de estresse no universo corporativo, mas acredito que você já entendeu o recado.
O importante é que você saiba que não está sozinho nessa luta.
Muitos de nós enfrentamos esses mesmos desafios diariamente, e juntos, podemos encontrar formas de superação e de construção de um ambiente de trabalho mais saudável e feliz.