LUCRO E RECEITA. AS DIFERENÇAS FUNDAMENTAIS ENTRE OS ATIVOS DE SUA EMPRESA

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Lucro e receita se confundem na mente das pessoas

Lucro e receita estão do mesmo lado da moeda

Lucro e receita se confundem na mente das pessoas
Lucro e receita estão do mesmo lado da moeda

Lucro e receita, definitivamente, não são a mesma coisa e possuem características próprias, exclusivas e independentes, um do outro.

Na maioria das situações, a maioria das pessoas tende a confundir lucro e receita, como se fossem iguais e representassem a grana que o empreendedor coloca no bolso a fim de usufruir, gastar ou até reinvestir, o que não é verdade.

A verdade é que a contabilidade, em essência, é simples e direta, mas nem por isto deixa de ser complexa, pois precisa ser, já que não há outra forma de nominar adequadamente, do ponto de vista científico e legal, os diversos processos que acontecem numa operação empresarial.

Existem vários outros exemplos, alguns mais clássicos, outros nem tanto.

Custos e despesas, por exemplo, também não são a mesma coisa, pois um está associado à produção, enquanto o outro não, mas os dois são gastos.

É bem simples quando analisamos diretamente, mas o jogo de palavras realmente tem potencial de confundir.

Vamos abordar as diferenças essenciais entre lucro e receita, uma porta de entrada para a sua melhor compreensão dos termos que compõem a ciência da contabilidade e seus caminhos.

Lucro e receita são elementos positivos da contabilidade

Lucro e receita fazem parte do time de entrada de capitais
Entrada de recursos

Lucro e receita são partes de um grupo de entrada e por isto geram tanta confusão, até porque é confuso mesmo.

De uma forma simplista podemos afirmar que o lucro está contido na receita, já que a receita é a referência a todo capital que a empresa conseguiu obter.

Entenda que receita também não é o que entra no caixa, que já é uma outra condição contábil.

Você pode ter uma receita de 100 mil num determinado mês, ou seja, uma entrada de capital resultante de suas operações empresariais.

Esta receita, no entanto, pode não ter sido realizada, ou seja, recebida efetivamente, sendo que uma parte está integralizada no caixa (recebida), enquanto outra parte ainda não venceu ou está em atraso.

Neste exemplo, o valor que não chegou ao caixa é considerado contas a receber,

Digamos que dos 100 mil que você tem de receita, 50 mil já foram pagos, o que passou pelo caixa, que registra as entradas e saídas efetivas da operação.

Os 50 mil que você ainda não recebeu, podem estar divididos entre contas a receber a vencer e vencidas (atrasadas) e até mesmo, não pagas (inadimplência).

Sua receita continua sendo de 100 mil, embora integralizar este valor (receber) e, portanto, constar no caixa como uma entrada e se tornar disponível, é outra história.

É por isto que a receita também se subdivide em várias classificações diferentes de análise e vamos entender um pouco melhor sobre as principais…

Receita bruta

A receita bruta é a receita total, a soma de todas as suas vendas, no caso, o seu faturamento, independente de sua forma de realização, se é à vista, parcelado, ou outro modelo de entrada.

Receita líquida

A receita líquida é um pouco mais complexa ainda, já que pode variar de acordo com cada empresa e seu DRE (Demonstrativo de Resultados do Exercício).

Numa análise geral, a receita líquida é a receita bruta menos os valores relativos aos impostos de incidência direta (não confundir com impostos sobre o resultado, como IRPJ e CSLL), o que determina que estamos falando do dinheiro que realmente vai entrar para a empresa utilizar, também conhecido como disponível.

Mesmo se referindo ao dinheiro que sobra, não podemos cometer o erro de confundir com o lucro, pois ainda tem muita coisa para ser retirada até chegarmos nele.

A fórmula de cálculo da receita líquida é simples: RECEITA LÍQUIDA = RECEITA BRUTA – IMPOSTOS DIRETOS.

Lucro é o que sobra depois de depenar a franga do faturamento

Lucro é o resultado líquido
O que sobra depois de custos e despesas

Lucro e receita, como já é possível perceber, são grandezas diferentes, até porque o lucro deve estar contido dentro da receita, embora nem sempre ele aconteça.

Em teoria, a receita sempre existirá, pois temos a entrada de capital, mas o lucro não é garantido e pode não acontecer, depois que todos os compromissos e gastos são liquidados.

Quando isto acontece, estamos diante de uma operação deficitária, que significa que todo o funcionamento da empresa dá prejuízos, já que tem mais gastos que resultado positivo.

Este é um exemplo simples de como os indicadores são relevantes para a gestão de um negócio, pois são eles que indicam se o progresso do empreendimento está acontecendo, em que proporção isto ocorre, se é possível ou necessário melhorar.

Os mesmos indicadores alertam para previsões futuras, que em perspectiva sobre o cenário atual, demonstram que, se continuar como está, os resultados lá adiante serão “estes” ou “aqueles”.

A maior parte dos problemas que as empresas enfrentam, muitas até se tornando inviáveis, está associada à falta de controle, pois muitos acreditam que ficar avaliando números é algo chato e cansativo, sem perceber que esta é a principal atribuição de um gestor.

De forma resumida, um gerente não tem nada para fazer numa empresa que não seja atingir metas.

Não há como atingir metas sem conhece-las, controla-las e tomar as medidas corretivas necessárias para que as anomalias não aconteçam, impedindo as metas de serem realizadas.

Acabamos de descrever as atividades essenciais de qualquer gestor: ATINGIR METAS.

Monitorar os indicadores, que apontam lucro e receita, em todas as suas variáveis, além de outros tão importantes quanto, pois definem a realização (ou não) das receitas e lucros, é uma ferramenta primordial do cotidiano do gestor e entender adequadamente as diferenças, características e impactos de cada um, alimenta sua base de conhecimento sobre o negócio.

No caso do lucro, em específico, assim como a receita, ele se divide em lucro bruto e lucro líquido.

O conceito entre eles pode variar de acordo com a perspectiva contábil aplicada na análise, mas de um modo geral, é possível definir que o lucro bruto é o resultado da receita líquida (receita menos impostos diretos), menos as despesas variáveis.

Deste total resultante, ainda tiramos os impostos indiretos, todas as despesas acessórias e os custos fixos.

A grosso modo, chegamos ao lucro líquido, que é aquilo que realmente sobra para que a empresa distribua entre os sócios e também, para reinvestimentos e ampliações do negócio.

Lucro líquido, portanto, é a franga peladinha, sem nenhuma penugem.

Desmistificando o lucro

Lucro é vida
Indispensável elemento da evolução

Lucro e receita são componentes técnicos de uma análise contábil, que serve para muitas coisas, a maioria atrelada ao controle e à burocracia imposta por um rígido sistema de monitoramento constante por parte dos órgãos arrecadadores.

Não estamos questionando se empresas devem ou não pagar impostos, se há justiça ou não neste processo, e nem, tampouco, divagar imaginando se nossos impostos, em específico, são bem aplicados, até porque há uma unanimidade de que não o são, já que encher as burras de nossos donos não parece ser algo que se possa confundir com justiça social.

A questão é que estes caminhos burocráticos existem para garantir que a União receba seu gordo quinhão de nosso suor, para fartar suas tetas com nossas riquezas e distribuir na forma como todos estão vendo aí.

Colocando estes aspectos interpretativos de lado, é preciso desmistificar o lucro.

Como historicamente fomos e somos educados para sermos empregados, arrumar um emprego e nos pendurarmos no assistencialismo, ao contrário dos lugares desenvolvidos, que educam para o empreendedorismo, mesmo que não seja nossa intenção, nosso objetivo de vida passa a ser conseguir nos pendurarmos em algum empregador generoso, que nos garanta gordos salários e “dereitos”, a fim de, eternamente, comemorarmos a chegada das sextas-feiras e lamentarmos quando damos de cara com as segundas-feiras.

As anomalias são tantas neste país sedento de tributos, que aqui, até remuneração é considerado renda, quando não é ganho de capital, mas mesmo assim, deram um jeito de tributar a remuneração com o imposto de renda, os mimosos que tanto nos amam.

Outro resultado deste sistema canceroso é a criação de uma divisão velada entre as duas forças do capitalismo em nossa Nação: O capital e o trabalho.

Parecem dois inimigos que dependem, um do outro, sendo forçados à convivência, quando ao fundo, a intenção é se matarem mutuamente.

Ocorre que isto não é verdade, é apenas mais uma distorção de nossa fragilidade institucional.

Você mesmo é testemunha que em nosso país a distribuição de renda é tão prejudicada, que o detentor do capital, o empregador, é visto como bandido opressor, quando na verdade ele assume todo o risco de um negócio que já nasce cheio de carrapatos impostos pelos impostos (boa essa), que tem que competir num mercado injusto, de uma injustiça alimentada por nossos próprios governos, que deveriam nos proteger.

Quando alguém fala em lucro, existe uma tendência natural de pessoas criarem repelência e esta ser vista como uma expressão feia.

A verdade é que o lucro é uma OBRIGAÇÃO SOCIAL.

Ter lucro é uma obrigação prioritária de qualquer negócio que se estabeleça.

A empresa que não tem lucro é um problema para a sociedade, pois não paga seus compromissos e não gera a riqueza necessária que justifique sua existência.

Quando falarem em lucro perto de você, defenda ferrenhamente, pois nada aconteceria no mundo se não fosse o lucro.

Se não houvesse a perspectiva de lucro não existiriam as vacinas que salvam a vida de pessoas, de seus filhos, e você nem percebe.

Não existiria tecnologia, carros, comunicações, entretenimento e habitaríamos buracos feitos nas montanhas.

Podemos (e devemos) criticar os maus empresários, que se fartam com desvios, sonegações e picaretagens, este sim é outro papo importante.

Podemos nos inconformar e criticar o maior de todos os problemas do país, que consome a maior e melhor parte de todos os nossos esforços: os políticos, mas jamais podemos deixar de valorizar o lucro, pois apesar de tudo, ele ainda é o oxigênio de nossa economia.

É perfeitamente natural se revoltar com aqueles ricaços desfilando seus carrões e lanchas em meio ao cenário cotidiano de um povo pobre e sofrido, principalmente quando, em maioria, toda esta riqueza concentrada é usufruída por políticos cada vez mais milionários, à custo de um sistema criado e mantido exatamente com este fim, onde os criminosos escolhem seus juízes.

O que não pode ser esquecido, de verdade, é que a imensa maioria dos empreendedores no Brasil, é composta por pequenos e médios corajosos empresários, que mesmo diante de todas as dificuldades, mantém seus negócios ativos, consumidos pela fome tributária, mas seguem em frente, sem luxos, muitas vezes, sem sobras.

Lucro e receita são visões contábeis da riqueza que trafega nas mãos das pessoas e empreendimentos, que servem de transportadores destes recursos para os cofres dos nossos famintos senhores, nos governos, em todas as esferas.

Para eles, e para os empregados, sobra muito pouco, cada vez menos, dependendo do estágio de crise em que nos encontramos, pois se algo nos acompanha desde nossa descoberta, podemos dizer que são as crises, sempre reflexo dos descontroles decorrentes dos poços sugadores de nossa riqueza.

A oitava economia do mundo é um país com uma das mais injustas distribuições de renda do planeta, e com um índice elevado e crescente de pobreza, porque será?

Lucro e receita são elementos técnicos de contabilidade, e um ótimo motivo para pensar

Contabilidade na veia
A ciência da regularidade empresarial

Lucro e receita são componentes da complexa cadeia contábil de controle e operação do universo de nossas empresas e negócios.

Esta é uma definição técnica, mas não podemos deixar de pensar sempre, em tudo, já que não resta outro caminho que não seja a legalidade e a regularidade, para embasar qualquer tipo de atitude diante dos negócios.

A responsabilidade gerencial é primordial para a solidez de qualquer empreendimento.

Quando eventualmente manifestamos descontentamento e inconformismo a respeito de como as coisas em nosso País são conduzidas, é porque é isto mesmo, inconformismo e decepção, diante do que poderia ser e não é (e talvez nunca seja).

Não estamos fomentando a ilegalidade, o descumprimento das regras, a sonegação ou revolta, ao contrário.

Somos agentes da cidadania e acreditamos profundamente que a lei deva ser respeitada acima de tudo.

Pregamos a ordem social e o respeito às leis.

O que não podemos deixar de fazer, pois entendemos como um dever, é alertar, informar, utilizar nosso potencial de conhecimento para demonstrar o que percebemos de errado, para que mais pessoas se mobilizem e melhorem suas escolhas algum dia, assumindo sua responsabilidade em determinar quem nos representa e decide por nós.

Somente assim este País ainda terá alguma chance.

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